A inspiração às vezes vem dos lugares mais improváveis, até mesmo de um canal de turismo.
Outro dia, acabei entrando em uma daquelas espirais inesperadas da internet. Comecei assistindo a um documentário sobre traumas de soldados no YouTube e, em seguida, dei o play em um programa sobre as paisagens bucólicas de Montana no GoUSA TV, um canal que mostra lugares pouco explorados dos Estados Unidos. De fato, Montana não costuma estar na lista dos destinos mais badalados, mas alguma coisa naquele cenário bruto e isolado me fisgou.
Foi aí que uma ideia começou a se formar: e se eu juntasse tudo o que assisti naquela noite e ambientasse meu próximo livro nesse estado americano subestimado… e com um soldado como protagonista?
Como escritor, a gente aprende a prestar atenção nos detalhes mais banais. Às vezes é uma conversa que escutamos por acaso, uma notícia de rodapé ou, nesse caso, um programa de turismo que ninguém esperava que fosse dar em alguma coisa. Mas deu. E assim nasceu meu novo work in progress, ou WIP, como costumamos chamar os projetos em andamento no mundo da escrita.
Esse WIP é um suspense policial que gira em torno de um soldado do Exército Americano que retorna à sua cidade natal em Montana, tentando se distanciar de um trauma do passado. Só que a volta pra casa está longe de ser tranquila (obviamente). Ao invés de encontrar paz, ele acaba esbarrando em feridas antigas que nunca cicatrizaram.
O pano de fundo da história é uma cidade fictícia que já teve dias de glória graças à economia das fundições. Na época, era um lugar vibrante, cheio de promessas. Hoje, é só uma sombra do que foi: uma cidade marcada pela decadência, pelo abandono e por eventos misteriosos que deixaram cicatrizes profundas na comunidade.
Um dos elementos mais intrigantes da trama envolve um parque de diversões abandonado, mas esse é o tipo de detalhe que ainda preciso guardar por enquanto. O que posso dizer é que esse lugar será “essencial” para os desdobramentos da história. E sim, tem algo de bem sinistro por trás dos portões enferrujados.
Por ora, é tudo o que posso revelar. Ainda há um longo caminho até o manuscrito estar pronto para publicação, mas achei que valia a pena dividir com vocês um pouquinho desse processo criativo. Às vezes, uma história começa onde menos se espera, e esse é justamente o tipo de surpresa que me faz gostar de escrever.
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