sexta-feira, 25 de abril de 2025

A história que nasceu de um programa de viagem



Inspiração às vezes aparece nos lugares mais improváveis — até mesmo em um canal de turismo.

Outro dia, acabei entrando em uma daquelas espirais inesperadas da internet. Comecei assistindo a um documentário sobre traumas de soldados no YouTube e, em seguida, dei o play em um programa sobre as paisagens bucólicas de Montana no GoUSA TV — um canal que mostra lugares pouco explorados dos Estados Unidos. De fato, Montana não costuma estar na lista dos destinos mais badalados, mas alguma coisa naquele cenário bruto e isolado me fisgou.

Foi aí que uma ideia começou a se formar: e se eu juntasse tudo o que assisti naquela noite e ambientasse meu próximo livro nesse estado americano subestimado, com um soldado como protagonista?

Como escritor, a gente aprende a prestar atenção nos detalhes mais banais. Às vezes é uma conversa que escutamos por acaso, uma notícia de rodapé ou, nesse caso, um programa de turismo que ninguém esperava que fosse dar em alguma coisa. Mas deu. E assim nasceu meu novo work in progress — ou WIP, como costumamos chamar os projetos em andamento no mundo da escrita.

Esse WIP é um suspense policial que gira em torno de um soldado do Exército Americano que retorna à sua cidade natal em Montana, tentando se distanciar de um trauma do passado. Só que a volta pra casa está longe de ser tranquila (obviamente). Ao invés de encontrar paz, ele acaba esbarrando em feridas antigas que nunca cicatrizaram.

O pano de fundo da história é uma cidade fictícia que já teve dias de glória graças à economia das fundições. Na época, era um lugar vibrante, cheio de promessas. Hoje, é só uma sombra do que foi — uma cidade marcada pela decadência, pelo abandono e por eventos misteriosos que deixaram cicatrizes profundas na comunidade.

Um dos elementos mais intrigantes da trama envolve um parque de diversões abandonado, mas esse é o tipo de detalhe que ainda preciso guardar por enquanto. O que posso dizer é que esse lugar será “essencial” para os desdobramentos da história. E sim, tem algo de bem sinistro por trás dos portões enferrujados.

Por ora, é tudo o que posso revelar. Ainda há um longo caminho até o manuscrito estar pronto para publicação, mas achei que valia a pena dividir com vocês um pouquinho desse processo criativo. Às vezes, uma história começa onde menos se espera, e esse é justamente o tipo de surpresa que me faz gostar de escrever.

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